Resinas epóxi são empregadas quando se deseja uma matriz com excelentes propriedades mecânicas em laminados onde fibras de alto desempenho, como fibras de vidro do tipo S, tecidos de aramida e fibra de carbono são empregados. No entanto uma parte importante do processo é negligenciada por muitos usuários destes materiais quando da utilização de sistemas epóxi com cura à temperatura ambiente. Resinas epóxi com essa característica são sistemas que não necessitam o emprego de calor para o seu enrijecimento. No entanto quando tais sistemas não recebem uma pós-cura, que é o emprego de calor após a cura à temperatura ambiente, as propriedades mecânicas podem se apresentar com uma defasagem de até 20% comparado ao sistema devidamente pós-curado. A pós-cura garante um aumento da quantidade de ligações cruzadas, aumentando assim o grau de reticulação do polímero termofixo. A aplicação de calor para se processar a pós-cura demanda cuidados quanto aos gradientes térmicos a que a peça será submetida. Variações bruscas de temperatura podem causar o empenamento e perda da peça. Cada sistema epóxi possui um programa de pós-cura adequado, uma vez que há muitas opções em termos de resinas e endurecedores. A Mühle Composites dispõe para isso de uma estufa própria para o processo de pós-cura, onde há o controle eletrônico de temperatura e ventilador interno para distribuição uniforme do calor.
Fontes:1) Nasseh Jorge, Manual de Construção de Barcos, Booklook, Rio de Janeiro, 2000. 2)Levy Neto Flamínio, Pardini Luiz Claudio, Compósitos Estruturais: Ciência e Tecnologia, São Paulo, Edgar Blücher, 2006. 3) Nightingale C., Day R.J. Flexural and interlaminar shear strength properties of carbon fibre/epoxy composites cured thermally and with microwave radiation. Composites, Part A 33, pg. 1021-1030, 2002. 4) Sandhya Rao, RMVGK Rao. Cure studies on bifunctional epoxy matrices using a domestic microwave oven. Polymer Testing 27, pg. 645-652, 2008.