Gostaria de
comentar nesta postagem o que considero passível ou não de conserto,
quando falamos sobre peças de bicicleta manufaturadas em materiais compostos.
Por vezes determinar o que é ou não vantajoso ser reparado fica por conta do
cliente, que pesa a relação custo X benefício, no entanto a relação é um pouco
mais complexa e acaba englobando mais algumas variáveis. Uma dessas variáveis é
relativa ao risco em termos de segurança que a peça repara apresenta frente a
uma peça nova. Uma vez que tal variável é de difícil mesuração (na verdade
quase impossível) o caminho mais lógico a ser tomado deve ter como prioridade o
princípio da precaução.
Fica bem claro ao olharmos uma peça e a forma como ela se apresenta no conjunto da montagem,
se ela possui ou não redundância. Em um quadro de geometria padrão (duplo
triângulo), se por acaso o top tube venha a falhar, ainda temos o down tube
ligando a caixa de direção ao movimento central, assim como no caso dos seat
stays e chain stays. Peças como canotes, guidons, mesas e garfos pelo contrário
não possuem essa redundância (talvez o garfo até possa ser considerado em parte
redundante, no entanto a falha de uma das canelas, provavelmente comprometerá a
dirigibilidade severamente). Somado a isso temos ainda que se tratam de peças
com custo de aquisição menos “salgado”, comparados a quadros.
Concluindo,
caso queira entrar em contato sobre o reparo estrutural de algumas dessas peças
(canotes, guidons, mesas, garfos e trilhos de selins) saiba de antemão que as
chances de reparo são bastante limitadas. Por exemplo: guidons que sofreram aperto
excessivo da mesa considero refugo, já caso a ponta tenha sido avariada ou se
queira fazer o aumento do comprimento em um ou dois centímetros (sem uso de bar ends), isso é
plenamente possível sem comprometer a segurança.
Bons pedais e um abraço.
Exemplo de peças que devem ser refugadas.
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